quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Confissão Inteligível

Não faço parte deste mundo, não há quem a mim possa compreender aqui
Quando não estou a escrever, estou a refletir, mas confesso, que consigo ver o real
Mas o meu real difere dos demais, sei que há dor, sofrimento, estou a observar, do canto, bem dali
Eu sinto demais, sou extremamente sensível, isso se faz complicado, parece fatal

Prefiro chorar sozinha, prefiro ficar sozinha, prefiro ser sozinha
Imagino que quando, eu sinto tanto, o mundo se torna poderoso demais, e eu também
é como se eu conseguisse ver almas, a andar pelas ruas, pelos cantos, pelos becos, e a minha alma caminha
Vendo tudo isso ao meu redor, quando saio, olho sempre para o céu, pra falar com Urano e dizer: Amém

O céu me acompanha, ele sim, me compreende, muda de cores de acordo com meu humor
Quando estou triste, deprimida, ele fala comigo, e as vezes consegue me aliviar a dor
O céu, chora comigo, exatamente quando cai as águas da chuva, ele faz uma espécie de limpeza
Limpa todo sofrimento, todo o meu lamento, tira o peso de mim, tira toda e quaisquer dureza

Mas eu não sei entender as pessoas, confesso que já tentei, então me calo e fico na minha
Melhor assim, uma auto-reflexão, estar comigo mesma, e ninguém se interessa, se quer adivinha
As vezes tenho medo de errar o modo de agir, e sempre me policio, me ponho a refletir
Pois bem, estou inteligível e aqui quero ficar, agora não sei se fico ou me ponho a partir.

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